Vivaldi: seus diferenciais e porque é o melhor navegador web

Desde o início, eles foram – e ainda são – a principal via de acesso à Internet, razão pela qual a escolha de um deve ser bem pensada e considerando vários aspectos. Estamos falando dos browsers ou navegadores.

Mas não quaisquer uns e sim de um que tem qualidades que o candidatam a ser a melhor escolha atualmente, o Vivaldi.

O que há de especial no Vivaldi, por quais razões eles pode ser uma boa opção, ou porque você deve considerar uma alternativa ao que a maioria usa, é o que trataremos nesse post.

O que é o Vivaldi?

O Vivaldi é um navegador web – como você já deve imaginar – gratuito, open source e baseado no Chromium, lançado em abril de 2016 e que encerra em sua concepção e contínuo desenvolvimento, muitos dos aspectos que caracterizavam o browser Opera e que por um tempo foi uma ótima opção aos concorrentes mais populares.

Acontece que o Opera foi vendido e muita coisa mudou então, desagradando a comunidade de usuários que havia aderido ao software em razão dos seus diferenciais únicos na época.

Um dos fundadores e antigo diretor executivo da Opera Software, Jon Stephenson von Tetzchner, uniu-se à Tatsuki Tomita, criando a Vivaldi Technologies e trouxe de volta funcionalidades e características que faziam parte da versão 12 do Opera, a última antes das mudanças de direção e políticas.

A participação da comunidade de usuários e desenvolvedores Web no desenvolvimento e direcionamento de novos recursos, foi um aspecto que foi resgatado e incorporado à filosofia do Vivaldi, tanto que a empresa enaltece isso na página inicial do seu site oficial: “Não ter investidores externos nos dá a liberdade para escutar nossos usuários e, junto a eles, desenvolver o navegador que eles merecem. Cada ideia conta e é levada à sério”.

Por que escolher um navegador diferente?

Conforme justificamos no post “8 ótimas alternativas de navegadores ao Google Chrome”, há uma série de razões para escolher e usar um navegador web que não seja o líder. Se você quer saber em detalhes os porquês, recomendamos ler o post.

Mas aqui vamos um pouco além e não apenas afirmar que ao dispor de alternativas e valorizá-las, o usuário ganha em vários aspectos.

Quando avaliamos inicialmente o Vivaldi, não o fizemos de modo profundo e detalhado, afinal havia outras 7 opções para instalar e testar, o que requeria muito tempo. No entanto, foi suficiente para notar que ele parecia ser mais do que apenas mais um browser, com uma aparência diferente e alguns modos de fazer as coisas, também ao seu modo.

Sendo assim, recentemente e para termos certeza das nossas primeiras impressões, utilizamos o Vivaldi por alguns dias em condições reais e bastante exigentes e testamos na prática os seus principais diferenciais.

Por isso, hoje podemos afirmar, sem dúvida, que o Vivaldi não se restringe a ser apenas mais uma alternativa, mas certamente uma das melhores entre todas! Mais ainda, ele está bem a frente em vários pontos e logo ficará claro o porquê.

As condições de teste do Vivaldi

Escolhemos uma máquina de teste que é padrão no nosso quotidiano e pode ser classificada como intermediária. Um pouco acima das máquinas de entrada, mas bem abaixo do que pode ser considerado um equipamento avançado.

Trata-se de um notebook Dell equipado com Intel Core i5 (10ª geração), 16 GB de memória RAM e SSD M2 NVMe, placa de vídeo dedicada Radeon, com memória também dedicada e rodando Windows 11.

Para acompanhar o consumo de recursos, usamos um segundo monitor, no qual constava o Task Manager do Windows, para observar o uso de CPU e memória nas tarefas usando o browser, bem como sua demanda quando usando outros softwares.

O executável para instalação da versão 6.2 para Windows, que foi a que testamos, tem apenas 96,3 MB de tamanho, a qual ocorreu de forma rápida, sendo realizada sem várias etapas e perguntas, como ocorre com algumas alternativas.

A única confirmação durante a instalação, foi quanto ao path (caminho) da instalação. Não foi perguntado se havia interesse em tornar o Vivaldi o navegador padrão, como fazem todos os demais.

Quais os diferenciais do Vivaldi?

Uma vez instalado, logo de cara na tela inicial padrão, aparecem os “speed dials” e que nada mais são miniaturas de pré-visualização (thumbs) dos sites que você acessa frequentemente, destinadas ao acesso rápido com apenas um clique. Até aí, nenhuma novidade, porque todos os principais browsers também têm o recurso.

A diferença é que nos “concorrentes” há limite entre 8 e 10 thumbs. Criamos 30 deles e ainda era possível criar mais.

Já é um avanço importante, mas não para por aí. No Vivaldi, quando é possível, a imagem do thumb reflete de fato a miniatura da visualização da página no momento em que foi criada, sendo que ao posicionar o cursor do mouse sobre, aparece a opção de atualizar o seu print screen. Ou seja, se mudar a página, muda o thumb.

Se preferir, também é possível usar uma imagem para personalizar a exibição das miniaturas, bem como o seu tamanho (nas configurações gerais).

Encerramos o Vivaldi e contrário ao que faz o Edge, que ainda continua residente na memória para iniciar mais rapidamente, nenhum processo continua aberto, liberando memória e processamento. Apesar disso, o reinício é rápido.

Só após reiniciá-lo, em nova aba aparece a opção de importar histórico, favoritos, senhas e outros dados do Internet Explorer, Microsoft Edge, Mozilla Firefox e Google Chrome.

Interface do Vivaldi

Interface é um assunto um tanto quanto pessoal, de forma que alguns podem achar ótima e outros, péssima.

Se em uma primeira olhada parece apenas ser diferente, com um pouco de atenção se vê que há por padrão vários elementos não presentes nos mais populares, dando a impressão de mais poluído que o quase minimalista Chrome ou o mais sóbrio Edge.

Mas tudo é bastante personalizável e por isso recomendamos não alterar nada inicialmente, porque alguns dos recursos constituem os diferenciais do Vivaldi e podem ser muito úteis para a maioria.

Painel esquerdo

A começar por um painel estreito e vertical localizado à esquerda na janela, contendo vários ícones e que pode ser rapidamente ocultado com um clique no canto superior do mesmo lado. Basicamente são atalhos para recursos como favoritos, lista de leitura, acesso à pasta onde os downloads são feitos, histórico, entre outros, oferecendo várias possibilidades de personalização.

Se alguns recursos são comuns a todos os principais navegadores, a forma como são apresentados, é diferenciada, como é o caso do histórico. Encontrar uma página nos pareceu mais fácil e intuitivo.

Mas há também recursos inéditos:

  • Notas – é possível criar notas, as quais além de texto, podem conter arquivos locais anexados ou mesmo um print ou recorte da tela na qual você está no momento da criação, além de URLs. Quando houver muitas, há uma ferramenta para pesquisa que ajuda a localizar alguma;

  • Downloads – se você faz muito download de conteúdos, há uma ferramenta que tanto mostra o histórico, como oferece a opção de localização de algum item contido na pasta padrão em que são gravados;

  • Tradução – a ferramenta de tradução embutida dispensa ter que instalar uma extensão / addon de terceiros e permite colar um trecho para tradução. Tanto identifica automaticamente o idioma, como permite selecionar tanto o conteúdo de entrada, como para qual idioma se deseja fazer a tradução;

  • Lista de leitura – esse recurso não é inédito, já que o Edge tem também, embora implementado de modo mais trabalhoso. Permite adicionar uma página para leitura em outro momento, com apenas um clique;

  • Acesso rápido – é opção alternativa para incluir sites que se queira acessar frequentemente, como uma segunda forma de favorito.

Na parte inferior do painel, há o botão (ícone de engrenagem) de configurações gerais do browser.

Painel superior

Na barra ou painel superior, os detalhes exclusivos são mais sutis, a começar pela barra de endereço, que tem ao seu lado esquerdo, além do já conhecido ícone de cadeado, que indica se o site usa HTTPS, bem como informações sobre, pode exibir as informações de bloqueio.

Sim, o Vivaldi está na lista dos browsers que por padrão bloqueiam rastreadores e cookies de terceiros. As configurações relativas a essa funcionalidade, podem ser alteradas, bastando clicar no ícone ou por meio das configurações gerais.

Do outro lado da barra de endereços, há o modo de leitura (também disponível no Edge) e que basicamente remove tudo que não é texto e imagens da página, como por exemplo, publicidade, menus, pop-ups, etc.

Localizado à direita, consta outra ferramenta de tradução, mas diferentemente do recurso situado no painel esquerdo, esse permite traduzir por inteiro a página em que se está, para dezenas de outros idiomas. Em outros navegadores é necessário instalar extensões / addons de terceiros.

O campo para pesquisa em sites de busca, fica ao lado da barra de endereços e usa o Bing como ferramenta padrão. Mas é possível alterar o motor padrão nas configurações, ou selecionar um outro a cada pesquisa feita, por meio de um drop-down no canto direito.

Na extremidade direita superior, é possível configurar diferentes usuários, de tal modo que duas ou mais pessoas que eventualmente compartilhem a máquina, terão suas preferências, bem como os dados de utilização usados (ex: dados de autenticação, favoritos, histórico, etc) carregados quando se logarem. É possível ter também um usuário convidado.

Por fim, mas não menos importante, na posição que corresponde à primeira guia / aba de outros navegadores, é reservada a outras áreas de trabalho (workspace). Ou seja, da mesma forma que os sistemas operacionais permitem ter duas ou mais áreas, o Vivaldi também.

Assim, você pode ter uma para as páginas de lazer ou pessoais e outra para os assuntos de trabalho, sem ter que abrir duas instâncias do programa, ou misturar abas de assuntos distintos em uma só janela.

Painel inferior

No painel ou barra inferior, também há detalhes exclusivos, a começar pelo lado esquerdo, onde um botão que lembra o botão de pausa de players de mídia, e que aqui recebe o nome de “dar um tempo” (take a break).

Basicamente o que ele faz é “sumir” com o conteúdo visível da página em que você estiver e exibir apenas a imagem do botão “play” dos players.

Assim, clicar novamente no primeiro botão, ou no novo que é exibido, retorna da pausa (break) e mostra novamente o conteúdo da página em que estava.

Além disso, em direção à direita, há uma série de pequenos ícones:

  • Um pequeno ícone que lembra uma câmera fotográfica, permite captura da tela inteira, ou apenas de uma área selecionada e salvar para os formatos JPG, PNG ou para a área de transferência, para ser usado em algum editor de imagens;

  • Ao lado dele, é possível definir se as imagens das páginas serão as salvas no cache do navegador ou serão sempre carregadas a cada acesso. Isso é particularmente útil em termos de desempenho no carregamento;

  • Também é possível usar o recurso de “tiling” e que nada mais é do que dividir a tela verticalmente ou horizontalmente, entre as duas últimas guias acessadas. Na prática pode se ter a visualização de mais de um site na mesma janela;

  • O recurso “ações para Página” e representado por “<>”, aplica uma série de transformações de visualização, como esmaecimento de todo o conteúdo e mudança de cores, entre uma grande variedade. Alguns não são de grande utilidade, mas o esmaecimento pode servir para a privacidade quando você quer manter o conteúdo oculto de olhares curiosos, ou para melhorar a nitidez de sites que insistem em usar cores pouco confortáveis a leitura.

  • O zoom está disponível por um controle deslizante, como também pela combinação das teclas “CTRL” + “+” / “CTRL” + “-”;

  • No extremo inferior direito, há um relógio, mas que aqui conta com opções como definir lembretes para o horário de uma reunião, por exemplo, ou apenas um intervalo para alguma atividade, com uma contagem regressiva.

Configurações

Nas configurações do Vivaldi, há ainda importantes recursos “ocultos” e que completam a lista de características que o diferenciam dos demais navegadores:

  • Cliente de e-mail – é possível habilitar o Vivaldi Mail marcando o checkbox “Ativar Vivaldi Mail, Calendário e Leitor de Notícias”, tornando o browser também um cliente de e-mail local. Corresponde ao funcionamento que o Opera Mail tinha e que conta com todas as ferramentas e funcionalidades que um programa do tipo deve oferecer;

  • Calendário – a opção acima automaticamente habilita uma interface de calendário, sendo possível usar um modelo local, ou baseado em acesso Web da própria Vivaldi, mas também de outros serviços como Agenda do Google ou CalDav (acesso remoto de servidor de calendário);

  • Leitor de feed RSS – o recurso Really Simple Syndication (RSS) pode ser acessado em sites que fornecem conteúdo nesse tipo de formato;

  • To Do List – embora não conste, marcar o checkbox acima, também habilita no painel esquerdo, o ícone para uma aplicação de lista de tarefas (To Do List).

  • Contatos – essa é outra funcionalidade extra que fica disponível ao ativar o cliente de e-mail, por meio da qual você pode cadastrar seus contatos e, portanto, útil para uso com o cliente de e-mail;

  • Gestos mouse / touchpad – alguns gestos e combinações de teclas podem ser configurados para determinadas ações, como por exemplo, voltar ou avançar na página, parar carregamento, reabrir a última aba fechada, etc.

  • Jogo – cansado ou quer dar um tempo? Há um game simples, mas que garante um pouco de diversão por alguns minutos para aliviar o stress do dia a dia.

Por que usar o Vivaldi?

Bem, uma vez que se tem uma noção do que o navegador Vivaldi oferece além das opções que já conhecemos, já se torna mais justificada a sua escolha. No entanto, nem sempre falar em termos de características, evidencia os benefícios associados.

Assim, objetivamente ao optar pelo Vivaldi, as vantagens são:

1. Desempenho

Nos testes realizados observamos que o consumo de memória RAM e uso de CPU se manteve abaixo até do Microsoft Edge e que por sua vez já costuma ser inferior ao Google Chrome.

Os tempos de carregamento das páginas também se manteveram nos mesmos patamares do Edge e Firefox (os melhores) e pouco mais rápidos do que o Chrome.

2. Produtividade

Ferramentas / recursos como cliente de e-mail, calendário, lista de tarefas, bloco de notas, tradutor de trechos e de página, constituem importantes aliados de produtividade, na medida que não é necessário abrir e navegar por outras janelas para dispor das respectivas funcionalidades.

Ter tudo integrado em uma mesma janela, garante economia de segundos a cada necessidade de mudança entre janelas de diferentes aplicativos e que se somados em sucessivas alternâncias, pode ser relevante.

3. Uso de recursos

Consequência direta do benefício acima, que ao dispensar tanto a instalação, quanto a abertura de um programa especialmente destinado a cada uma das ferramentas, utiliza-se menos recursos (memória, processamento e espaço em disco) do computador.

Isso também tem outro desdobramento, na medida que é mais adequado como opção de equipamentos mais antigos e/ou com hardware mais básico.

4. Segurança

Ao dispensar a instalação de outros softwares, ser baseado em open source e ter como padrão rígidos controles de privacidade, contribui para a segurança do usuário.

5. Amigável ao usuário

O conjunto de características que detalhamos, bem como as políticas da empresa fazem do Vivaldi uma opção mais orientada às reais necessidades do usuário, mostrando-se mais amigável e transparente.

Conclusão

O navegador Vivaldi reúne características que fazem dele uma ótima opção em termos de recursos, desempenho, segurança e orientada ao usuário.

 

 

 

 

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